FALANDO DE JESSIER
QUIRINO
Eu nunca fui
chamegozo
Não tive oportunidade
Mas chamegava de
longe
Cum muita facilidade
Hoje não chamego mais
Pois, já passei da
idade.
A forrageira dos anos
O meu corpo vai
quebrando
Bateu em cima e no meio
Embaixo tá pendurando
Quem não concordar
comigo
Tá mentindo e
enganando
Mas devagar vou
chegando
Coma quem que e não
quer
Manhozo e amantegado
Macio Cuma a muier
Cabisbaixo e
encabulado
Cuma o coitado do Zé.
Nunca soube fazer verso
E muito menos cordel
Mas Jessier quando escreve
É puro favo de mel
Quando
escrevo todos cospem
Pois, amarga como fel.
PRU-QUI-PRU-LI, PRU CULA
Fui ao mundo
procurando
Nas AGRURAS DA LATA D’ÁGUA
Fui nas letras me
afogando
Entre o PENTE E O REPENTE
Fui também me
acostumando.
NA LUA DE TAPIOCA
A MERENDA CORRIQUEIRA
Não sou MANÉ CABELIN
Pra fazer tanta
besteira
SONHADOR IMAGINANDO
Fazer verso de
primeira.
VOU-ME EMBORA PRO
PASSADO
Sou TURISTA
BRASILEIRO
E com POBREMA
CARDÍUCO
Vou COMÍCIO EM BECO ESTREITO
UMA PAIXÃO PRO
SANTINHA
Eu tiro logo de eito.
A MORRENÇA DOS MEUS
CUMPADE
Incoem meu coração
E encontro na caneta
A TABA DE SARVAÇÃO
Me imbruio ALÉM DAS
PRECES
P’ra Virgem da
Conceição.
BAIXE AS ARMAR,
COMENDADOR
É o BOLERO DE ISABEL
E o povo gritando
amém
QUERENDO CHEGAR AO
CÉU
ZÉ QUALQUER E CHICA
BOA
Meu matuto de chapéu.
QUATRO AVE-MARIA BEM
CHEIA DE GRAÇA
HÁBEAS-CORPUS
PASSARINHO
Se o pássaro ficar preso
Quem é que cuida do
ninho?
O violão só é famoso
Porque é feito de pinho.
A MORTE DO MATADOR
Foi fato muito bonito
Foi um cuscuz de amor
Mistério do infinito
PAISAGEM DO INTERIOR
Aquele hino bendito.
Ô COISA BEM EMPREGADA!
Quem quer escrever
sem saber
ALEM DAS PRECES quem
segue
Vai se encontrar com
o sofrer
Eu VOLTANDO P’RO
NORDESTE
Um dia vou aprender.
MATUTO NO CINEMA
É aquela confusão
Ai vem a MANICURE
Que bota o povo no
chão
O CUSCUZ DO DIA A DIA
A nossa alimentação.
NADA FAZ MAIS ZUADA
QUE TRÊS MULHER E UM PATO .
Só pra se ter ideia
Até o titulo reparto
MEU NOME NÃO TEM
SUSTANÇA
Nem o meu verso tem
tato.
Não sei o que
pretendia
Eu só queria dizer
Engravidar minha
mente
Não me perguntem de
que
Feio, certo, errado
ou torto.
Foi o que acabei de
ler.
Pois, sei lá se
Jessier
Não vai isto aqui
guardar
E um dia qualquer por ai
Zangado põe-se falar
Que os versos daquele
besta
Não da nem p’ra se
limpar.
Mas pode ser ao
contrario
Dentro da educação
Com o mel de jandaira
Untando seu coração
Diga que guarda um
verso
Dum caboco do sertão.
Minha mente aqui
pariu
O que eu havia
pensado
Conhecer o Jessier
Já no verso
consagrado
E a besteira de
sempre!
Meu povo muito
obrigado.
Machado – Santa Quitéria-Ce
088 -96201615 – 088 3628-28-96
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