sexta-feira, 20 de abril de 2018





FALANDO DE JESSIER QUIRINO


Eu nunca fui chamegozo
Não tive oportunidade
Mas chamegava de longe
Cum muita facilidade
Hoje não chamego mais
Pois, já passei da idade.

A forrageira  dos anos
O meu corpo vai quebrando
Bateu em cima  e no meio
Embaixo tá pendurando
Quem não concordar comigo
Tá mentindo e enganando

Mas devagar vou chegando
Coma quem que e não quer
Manhozo e amantegado
Macio Cuma a muier
Cabisbaixo e encabulado
Cuma o coitado do Zé.

Nunca soube fazer verso
E muito menos cordel
Mas Jessier quando escreve
É puro favo de mel
Quando  escrevo todos cospem
Pois, amarga como fel.

PRU-QUI-PRU-LI, PRU CULA
Fui ao mundo procurando
Nas AGRURAS DA LATA D’ÁGUA
Fui nas letras me afogando
Entre o PENTE E O REPENTE
Fui também me acostumando.


NA LUA DE TAPIOCA
A MERENDA CORRIQUEIRA
Não sou MANÉ CABELIN
Pra fazer tanta besteira
SONHADOR IMAGINANDO
Fazer verso de primeira.

VOU-ME EMBORA PRO PASSADO
Sou TURISTA BRASILEIRO
E com POBREMA CARDÍUCO
Vou COMÍCIO EM BECO ESTREITO
UMA PAIXÃO PRO SANTINHA
Eu tiro logo de eito.

A MORRENÇA DOS MEUS CUMPADE
Incoem meu coração
E encontro  na caneta
A TABA DE SARVAÇÃO
Me imbruio ALÉM DAS PRECES
P’ra Virgem da Conceição.

BAIXE AS ARMAR, COMENDADOR
É o BOLERO DE ISABEL
E o povo gritando amém
QUERENDO CHEGAR AO CÉU
ZÉ QUALQUER E CHICA BOA
Meu matuto de chapéu.

QUATRO AVE-MARIA BEM CHEIA DE GRAÇA
HÁBEAS-CORPUS PASSARINHO
Se o pássaro  ficar preso
Quem é que cuida do ninho?
O violão só é famoso
Porque é feito de pinho.

A MORTE DO MATADOR
Foi fato muito bonito
Foi um cuscuz de amor
Mistério do infinito
PAISAGEM DO INTERIOR
Aquele hino bendito.

Ô COISA BEM EMPREGADA!
Quem quer escrever sem saber
ALEM DAS PRECES quem segue
Vai se encontrar com o sofrer
Eu VOLTANDO P’RO NORDESTE
Um dia vou aprender.

MATUTO NO CINEMA
É aquela confusão
Ai vem a MANICURE
Que bota o povo no chão
O CUSCUZ DO DIA A DIA
A nossa alimentação.

NADA FAZ MAIS ZUADA
QUE TRÊS MULHER E UM PATO .
Só pra se ter ideia
Até o titulo reparto
MEU NOME NÃO TEM SUSTANÇA
Nem o meu verso tem tato.

Não sei o que pretendia
Eu só queria dizer
Engravidar minha mente
Não me perguntem de que
Feio, certo, errado ou torto.
Foi o que acabei de ler.

Pois, sei lá se Jessier
Não vai isto aqui guardar
E um dia qualquer  por ai
Zangado põe-se  falar
Que os versos daquele besta
Não da nem p’ra se limpar.

Mas pode ser ao contrario
Dentro da educação
Com o mel de jandaira
Untando seu coração
Diga que guarda um verso
Dum caboco  do sertão.

Minha mente aqui pariu
O que eu havia pensado
Conhecer o Jessier
Já no verso consagrado
E a besteira de sempre!
Meu povo muito obrigado.


Machado – Santa Quitéria-Ce

088 -96201615 – 088 3628-28-96

Nenhum comentário:

Postar um comentário