segunda-feira, 12 de setembro de 2011

minha calçada

Nós que temos a certeza da morte e não sabemos também o que irá ocorrer depois dela, ainda acerditamos que os pobres não podem possuir a felicidade - Podem sim! Vejam:


MINHA CALÇADA


Este mundo do Raimundo
Do Pedro Chagas e João
Este mundo do Toinho
Meu irmão de criação
Este mundo do dinheiro
Da minha imaginação.

Querem saber eu sou rico
Vou começar a explicar
Tenho mais de um bilhão
E posso tudo comprar
Pois, até a felicidade
Veio comigo morar.

Tenho um quarto lá em casa
De ouro edificado
A fechadura é brilhante
De diamante o cadeado
E neste pequeno quarto
O meu dinheiro é guardado.

Minha aplicação na bolsa
O juro é a amizade
Rende milhões por mês
Eu conto com vaidade
Com o juro de um mês
Eu compro qualquer cidade.

Minha casa é um palácio
Os tijolos são de amor
As telhas de diamante
De fino e raro esplendor
Os tijolos de carinho
Que a mãe divina emprestou.

O meu jardim eu não conto
Pois, não conseguiria explicar
O piano em esmeralda
De fino jequitibá
Tudo isto foi exigência
Do maestro sabiá.

A calçada de minha casa
É um Container de alegria
Sorriso é o que não falta
Quer de noite quer de dia
A felicidade é hospede
Desta simples moradia.





A minha riqueza é capaz
De no mundo não caber
Se amizade fosse água
Sete mares iria encher
E é por isto que dinheiro
Tenho mais do que você.

O dinheiro de papel
Que as guerras tem causado
No meu banco não aplico
Meu SOFTWARE é mais apurado
Todo juro de meu banco
Entre os amigos é rachado.

Quem aplica a felicidade
Leva de juros o amor
Quem aplica a lealdade
Dinheiro em dobro ganhou
Quem aplica a amizade
É do banco o diretor.

Tem gente que é tão pobre
Que só dinheiro tem
Este vive como louco
Não distingue um de cem
No meu banco este cliente
Não valem nenhum vintém.

Querem saber eu sou rico
Estou dando a explicação
Nunca deixo de dormir
Pensando numa aplicação
De tranqüilidade o travesseiro
Traz trás remédio ao coração.

Já viram caixão com dinheiro?
Pelo povo carregado?
Parece então que o dinheiro
Não era nosso esperado
Se fosse, não era caixão
Num trem se era levado!

Então eu sou muito rico
Digo isto a quem vier
Meu sorriso não se esconde
Pergunte a quem quiser
MEU SORRISO OS QUATRO FILHOS
MINHA CALÇADA E A MULHER.




sexta-feira, 9 de setembro de 2011

quando o tema é triste é bem mais fácil a gente escrever


MERETRIZ DE IDADE

Vês esta mulher tristonha
Que ninguém mais quer notar?
Foi linda como outras
Antes de assim ficar!

Foi desejada por todos
Foi festa em todo salão,
Muitos nobres e fidalgos
Desejavam sua mão.

Passou por toda esta vida
De amores em amores a rodar
Velhos e moços belos
Em seus braços vinha parar.

Plantou em muitos corações
A terrível semente da dor
Foi olhada com cobiça
E aos sedutores deu amor.

Hoje velha e mirrada
Com as rugas lhe delatando
Levada por dor e esmolas
Seu destino vai enfrentando.

Aqueles homens de outrora
Pisam-lhe o rosto enrugado
Viram-lhe a face num escárnio
Negando a ela um passado.

O silêncio da noite fria
Traz-lhe recordação atroz
A lembrança de deleites
É um carrasco, é um algoz.

Seu corpo que a todos ajudava
 Hoje é apenas matéria
Seu canto de amores outros
Hoje, transformando em miséria.

Nada lhe restou da vida
Só amargura do que fez
E o desejo já impossível
De poder viver outra vez.

Mendiga pobre coitada,
A ninguém mais causa emoção
A não ser a um poeta
Num verso de compaixão.

De linda, nada restou.
Dos amores a saudade,
E a recordação tão feroz
De uma meretriz de idade.