PAROQUIA DE SANTA QUITÉRIA
Oh! Virgem mãe de Jesus
Maria do Salvador
Consoladora dos aflitos
Raio de graça e esplendor
Na faculdade de tua bondade
Faz de mim agora doutor.
Ilumina minha mente
Segura na minha mão
Leva daqui à incerteza
Medica meu coração
Faz-me forte como o justo
Controla minha emoção.
O dom de todos os poetas
Coloca em minha frente
Deixa que eu mesmo escolha
E que aqui nada invente
E as rimas que eu precise
Se hospedem em minha mente.
Quando não conhece o poeta
Daquilo que vai falar
Por certo fica difícil
O quebra cabeça ajustar
Por isto oh mãe santíssima
Vem logo me ajudar.
Contar histórias em calçadas
Na mesa ou mesmo num bar
Quando a gente não acerta
Trata logo de inventar
Mas se eu fizer isto hoje
Vai o Pe. Se zangar.
Ele não sabe fazer
Mas ta pensando que eu sei
Mas eu também sou culpado
Porque o ofício aceitei
Vou mandar outro fazer
E digo que inventei.
Pe. Lucione vou enganar
E não vão a ele dizer
Telefono a Patativa
E peço pra ele fazer
E o rouxinol do Assaré
Vem logo me socorrer.
E quero cego Aderaldo,
Inácio da Catingueira
Zefinha do Iguatu,
Bonita e sempre faceira
Otacílio Batista e Louro Branco
Os mestres da brincadeira.
Mas tem também Castro Alves
Quando a hora precisar
Até Augusto dos Anjos
E o José de Alencar
Depois trago Aurélio Buarque
Para tudo consertar.
Acordei, estava sonhando
Pois, acabo de perceber
Os poetas que falei
Não querem me conhecer
Eu vou é fazer sozinho
Nem que ninguém queira ler.
Vou falar de nossa Paróquia
De Santa Quitéria querida
Que para servir a Jesus
Não temeu por sua vida
Guerreira, justa e marte
E que por Deus foi bendita.
Vou tentar, mas eu não sei
É difícil esta jornada
185 anos de história
No tempo está guardada
Mas ela me ajudando
Sei que venço esta parada.
Parece até mentira
Mas, tive que acreditar
Pe. Francisco Gomes Parente
O primeiro a chegar
Para ser aqui vigário
Ele teve que comprar.
E foram tantos os Padres
Que estiveram a nos ensinar
Uns demoraram muito
Outros não esquentaram o lugar
Tem deles que sem avisarem
Saíram para casar.
Mas falar de minha Paróquia
É história de paixão,
Quando a mente não fala
Fala por ela o coração
E assim vou me arrastando
Que nem cobra pelo chão.
FRANCISCO GOMES PARENTE
Foi o primeiro a chegar
FRANCISCO FERREIRA MAGALÃES
Veio em segundo lugar
MANOEL SIMÕES LUIS PEREIRA
O Patriarca do Jacurutu
Assim ousaram o chamar.
JUSTINO FURTADO DE MENDONÇA
Por sete anos ajudou
ANTONIO DE SOUSA NEVES
Por menos tempo ficou
FRANCISCO MANOEL DE LIMA ALBUQUERQUE
Por JOÃO JOSE DE CASTRO esperou.
CUSTODIO DE ALMEIDA SAMPAIO
Quase dez anos a curar
MELQUIADES AUGUSTO MOURÃO MATOS
Quase não esquentou o lugar
JÃO ALFREDO FURTADO
Dois anos pode ficar
MACÁRIO BEZERRA DO VALE ARRUDA
ANTONIO TABOSA BRAGA
JOSÉ FURTADO DE LACERDA
Não conheci, mas me agrada
GONÇALO DE OLIVEIRA LIMA
Seu tempo quase não acaba.
RAIMUNDO AUGUSTO BEZERRA
Parece que não gostou
EURICO DE MELO MAGALHÃES
Só dois anos aqui ficou
Monsenhor -GONÇAÇO DE OLIVEIRA LIMA
Aqui de novo voltou.
JOSÉ ARTEIRO SOARES
Veio de Massapé
LUIZ FRANZONI da Itália
A informação veio dizer
Monsenhor -GONÇAÇO DE OLIVEIRA LIMA
De novo aqui veio benzer.
JANUÁRIO RIBEIRO CAMPOS
E JOÃO BATISTA PEREIRA
Pereira lembro da arvore
Que mais amarga e mais cheira
FRANCISCO SANCHO DE ASSIS
Nem alisou a carteira.
FRANCISCO SOARES LEITÃO
De Independência pra cá
FRANCISCO CORREIA LIMA
Deste posso lembrar
EGBERTO RODRIGUES DE ANDRADE
Estimado neste lugar.
LUIS XIMENES ARAGÃO FREIRE
Canta agora o sabiá
Padre, poeta e humilde
Agora posso lembrar
Ainda hoje eu o imagino
Pregando naquele altar.
EMIDIO MOURA GOMES
Da alegre Taperuaba
JOSÉ EDMILSON EUGÊNIO DO NASCIMENTO
Dez anos em nossa casa
JOSÉ LUCIONE QUEIROZ HOLANDA
É Padre que não acaba.
As capelas da paróquia
Eu também quero informar
E lembro da Muribeca
Palestina e Trapiá,
Tem também o Sangradouro
E pertinho tem o Ingá.
Riacho Novo e Logradouro,
Santa Ursula e Saco do Belém,
Entre Morros e Puga de Leite
Mas, ainda falta alguém,
E vem José dos Mocós
De um povo que eu quero bem.
São José dos Pereiros e Nova Brasília
Confortam-me o coração
Riacho das Pedras e Juá
Vão seguido meu refrão
No açude Serrote eu encerro
São Cosmo e São Damião.
E na cidade a Boa Vida,
Que é um primor de Capela
Nossa Senhora das Graças
Que de amor nos enleva
Os milagres e as graças da Santa
Aquele Bairro embeleza.
Flores de Santo Antonio
Cantinho do pescador
As solteiras vão rezando
Com muita fé a amor
Quando conseguem um casamento
Foi o Santo que arrumou.
Piracicaba de Fátima
Bairro cheirando a cidade
Nossa Senhora de Fátima
Dos moradores a vaidade
Da capela cuidam todos
Com carinho e equidade.
Pereiros do Riso do Prado
De Santa Terezinha querida
Bairro rico e de progresso
Boa condição de vida
A casa de Terezinha
Serve a todos de guarida.
Se tem a Paróquia corpo
Tem cabeça também
São os Bispos que vieram
Isto me contou alguém
Que todos eles eram mestres
Na arte de querer bem.
D. José Tupinambá da Frota
Que não vi ouviu falar
Sábio, justo e destemido.
Na arte de governar
tão duro como o penedo
E forte como o carcará.
A ele devemos muito
Em nossa religião
Mesmo quando severo
Sempre agia com razão
Seus comandados o tinham
Como um verdadeiro irmão.
Depois veio D. Mota
Manso como um cordeiro
Amigo dos governados
Do primeiro ao derradeiro
Na busca por sua fé
Doava-se por inteiro.
D. Valfrido, como era amigo!
Gostava de conversar
Mas como todo sabido
Preferia a gente escutar
Se cobrasse por seu trabalho
Não haveria dinheiro para pagar.
D Paggoto um outro Bisbo
Altivo e inteligente,
Sua pregação nas Paróquias
Segura e muito decente
Todo a assunto que abordava
Encantava nossa gente.
D. Fernando hoje comanda
Mas, não manda só faz servir.
Sua áurea de bondade
Qualquer um pode sentir
Esperamos que D. Fernando
Demore muito a partir.
Não sei se é diferente
Mas, não quero nem saber
Estes versos sem melodia
Eu mesmo estou a fazer
É por isto que errado ou certo
Eu agora vou dizer:
E digo de Pe. Ximenes
Mesmo tremendo a mão
Meu poeta, meu amigo
Vai a você este refrão
Quem agia como ele agia
Não tinha um só coração.
Jesus no Tempo do Pai
O seu chicote usou
Quebrou bancos e cadeiras
E bebida derramou
Mesmo com todas as zangas
Não fazia isto o Monsenhor.
Nunca olhava a sua roupa
Se limpa, suja ou rasgada
Se não era boa a comida
Não reclamava de nada
Mas, Ximenes usava o chicote
Se fizessem rima errada.
Monsenhor era tão humano
Que falar dele não carece
Hoje quem se aperreia
A ele reza uma prece
È tão bom que Mandou Lucione
Que até com ele parece.
Dizer que eles parecem
Não sou eu o inventor
Diz o rico e diz o pobre
E diz também o Doutor
Acha até bonito ajudar
A quem nunca trabalhou.
Só fica muito zangado
E às vezes perde a razão
A quem se faz de engraçado
Querendo ser bom irmão
Mas, o sentido é outro
Pra não pagar o leilão.
Nossa Paróquia vai bem
Católica e organizada
O Pe. Muito amigo
O vejo em minha calçada
Quando grita aos católicos
Fica a Igreja lotada.
A humildade de Lucione
Lembra nosso Monsenhor
Católico de vocação
Não é emprego que arranjou
Monsenhor passou quarenta
E cinqüenta é com senhor.
Vou terminar os meus versos
O Pe. não vai pagar
No momento estou calmo
Mas, posso até me zangar
Vou recolocar meu nariz
Que desceu pro mole da pá.
Pouco eu pude falar
Mas, falei de coração
Sentindo saudade e medo
Escondendo-me da emoção
Prometo que direi mais
Numa segunda edição.
Santa Quitéria foi tudo
Foi dizendo o que fazer
A paixão por minha terra
Ajudou-me a escrever
Se estiver errado vejam certo
Pois, foi isto que eu quis dizer.
Para os mendigos do frio
Do astro rei o calor
No pavio de todas as drogas
Vou colocando uma flor
Pra quem se alimenta do ódio
Deixo de ceia o amor.
Deixo o carinho de uma mãe
O filho nos braços tomando
A alegria do náufrago
Quando na praia chegando
E a alegria de um pai,
Que da guerra vem voltando.
Para as secas do Nordeste
Deixo água e irrigação
Para os pobres de espírito
Deixo Deus no coração
Para o Pe. de minha Paróquia
Mil anos de vocação.
Tudo o que vou deixando
É por Santa Quitéria autorizado
Dela não precisa cobrar
Você já tem um bocado
Cobre de você a ajuda
Do muito que tem guardado.
Cobre de você a missa
Sem na calçada conversar
Cobre de você os mandamentos
Que estão faltando praticar
Cobre de você que comunga
Sem nunca se confessar.
Vou terminando é certo
A minha rima acabou
Aqueles que me ouviram
Obrigado pelo favor
O que fiz foi muito pobre
Mas, foi feito com amo.
Parabéns Santa Quitéria,
Minha cidade Torrão
Eu vou, mas ficam estes versos
Tingidos com emoção
Eu só fiz porque vocês
Seguraram em minha mão.