quarta-feira, 22 de junho de 2011

voces que são mais velhos me respondam: - isto acontece mesmo? gostaria de fazer esta pergunta para o meu amigo Chico que se encontra lá nos Estados Unidos


Na rua vi uma mulher
Com a perna levantada
Minha cabeça girou
Ficou logo embriagada
Aquela perna parece
Ter me dado uma pancada
Pois, além de ser bonita
Era da cor de coalhada.

Sai dali “zuruó”
Sem saber o que fazer
Aquela perna pra cima
Meu coração veio morder
Cravou nele duas esporas
Não pude me defender
A única defesa que tive
Foi começar a gemer.

No caminho tinha uma pedra
Assim o poeta falou
Tinha uma pedra no caminho
O verso finalizou
Mas a perna continua
O verso não acabou
Eu me parti por inteiro
E não sei o que sobrou.

Já pensaram as duas pernas?
que tamanha a confusão.
Coisa cem vezes maior
Do que fazia lampião
O tiro tem sido usado
Pra matar o cidadão
Pior é quando não fere
E estraçalha o coração.



Por que mulher é assim?
Sempre bate sem ter dó
Não seria até melhor
Se a gente vivesse só?
Ou escondido nas locas
Como se fosse mocó
Desta dor sofre o despido
E sofre o de paletó!

Você ta achando engraçado?
Deu até para sorrir?
Não faz isto ta errado
Um dia você vai sentir
Tem coisa que a gente sente
Mas se obriga a mentir
Pra se esconder diga estou
Quando você vai é partir.

Na rua não olhe mulher
Com a perna levantada
Olhe de lado e passe
E aumente sua passada
Se for olhar eu aviso
Sua sentença está traçada
Sofrer mais do que dono
De firma que esta quebrada.

Na rua vi uma mulher
Com a perna levantada
Cheguei em casa e contei
A mulher ficou zangada
Na rua vi uma mulher
Com a perna levantada
Cheguei em casa voltei
A porta tava trancada.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

GRANDES ERROS

É comum se fazer sem pensar. amanhã as consequências baterão em nossa porta.Vejamos em pouco, mas muito pouco em versos.


GRANDES ERROS

As coisas de hoje em dia
São difíceis de entender
O ruim virou beleza
O bom não se pode fazer
Hoje quem não merece
É quem pode receber.

Elogio é o que falamos
Às vezes pura falsidade
Uns dizem por dizer
Outros dizem por maldade
Mas, tanto eles como nós.
Sabemos não ser verdade.

Discutir o sem sentido
E muita gente a gostar
Depois saem comentando
Ouvi no rádio falar
E a mentira vira verdade
Não adianta contestar.

A comunicação é fantástica
Não se pode discutir
Mas, o que aumenta também.
Não se devia permitir
Pode o que se fez num século
Em segundos destruir.

O pai hoje é coroa
Fica ai que vou acolá
Fica na tua mamãe
Meu namorado vem pra cá
Se a mãe pergunta quem é
Esquece, deixa isto para lá.



Quando uma banda aparece
Vejam que situação
Gritam se rasgam e se agarram
E rolam até pelo chão
Se for blusa de abotoar
Não fica nenhum botão.

Foi massa aquele forró
Fiquei com o Pedro e o zé
Tomei cachaça e cerveja
Tirei sapato do pé
E o dinheiro que gastei
Foi do papai ZÉ MANÉ.

Ontem a noite foi legal
Fui de moto passear
A velocidade fazia
O meu cabelo voar
Com quem era eu não sei
Esqueci de perguntar.

Mas, um passeio de moto
Eu não podia perder
E depois aqueles amassas
Mesmo sem se conhecer
Se o nome não me interessa
Ia perguntar por que ?

De tudo o que foi dito
A ressaca vem um dia
A água toda derrama
Quando se parte a pia
E vida de tantas belezas
Hoje se encontra vazia.




A arvore não foi plantada
Para o fruto poder colher
E o café não foi feito
Para o dia amanhecer
Mas adubaram e deixaram à dor
Pra com a gente conviver.

Toda a alegria foi embora
Hoje só resta a incerteza
Foi pouco, foi pouco o tempo.
De uma vida de princesa.
Hoje já sei o seu nome
Seu nome hoje é tristeza.




domingo, 12 de junho de 2011

ANIVERSÁRIO


Em 09 de junho de 1949, uma Quinta Feira nascia mais um filho de Santa Quitéria. Raimundo Nonato Timbó Mesquita, Filho de José Wilson Benevides de Mesquita e Olívia Timbó – 62 anos – aniversário.

Aniversário - No inicio tudo é muito bonito, tudo é festa. È! Mas o tempo vai passando e a gente começa a perceber a proximidade de nossa última caminhada não se sabendo para onde. A gente tenta voltar e não consegue, e por isto nos bate na maioria das vezes uma dor muito grande no velho comboio de cordas. Fazer o que? Assim foi, assim será. Tentarei, claro que com versos simples, dizer o que eu entendo de aniversário.

ESTAÇÂO DA INFÂNCIA

Seu moço um dia eu parei
Eu parei para pensar,
Seu moço um dia eu parei
E fui tentar me encontrar.

Voltei aos tempos passados
E na infância demorei,
Outra vez eu fui criança
Seu moço como eu gostei!

Quando demorei na infância
Encontrei felicidade
Mas o trem no qual voltei
Trouxe comigo a saudade.

E me trouxe clandestino
E na estação nem parou
Seguiu direto à velhice
E passageiro levou.

Seu apito costumeiro
Decidiu silenciar
E seguiu o seu destino
Nem sequer pude saltar.

Demorou pelo caminho
Para se reabastecer
E eu me encontrava dormindo
E nada pude fazer.

Olha seu moço atenção!
Queira escutar, por favor,
-Me leve para a infância
Vou brincar de caçador...

Quero sua baladeira
Seu carrinho de madeira,
E três espigas de milho
Pra eu assar na fogueira!

E aquele gadinho de osso
Com que vivia a brincar,
Me trás algum de retorno
Para que eu possa sonhar!

Como é dura a realidade
A gente ter que aceitar
Os pintores do destino
Nosso cabelo pintar.

Meu Deus! Por que tudo isso?
Por que o trem não parou?
Por que na estação da infância?
Esse trem não demorou?

Seu moço escute! Eu parei
Demorei para pensar
Perdão seu moço eu menti
Demorei para chorar.


sábado, 4 de junho de 2011

aos meus seguidores


MEUS SEGUIDORES

 Diz pra ela, ou diz pra ele, ou conta pra ele, ou conta pra ela este pequeno sonho – depois é só dormir, pois tudo estará bem. A vocês mulheres, uma camisola feita de estrelas e um cobertor feito de luar. A vocês homens, que possam ver esta camisola e este cobertor.

SONHO

Que se apague a luz do céu
E a luz dos homens também
Pois, eu quero te beijar
Mas que não veja ninguém.

Que fechem os ouvidos do céu
E o dos homens também
Pois, eu quero te dizer
Mas que não escute ninguém.

Que seja só um ilha
Sem endereço qualquer
Sem nome e desconhecida
E sem retorno até.

Que seja um pombo correio
Invisível no voar
Mensageiro do amor
Pra noticias nos levar.

Que seja o sabiá da mata
Com o canto do bem-querer
Para nas noites de lua
Uma serenata fazer.



Quem me dera tudo isto
E mais a beleza do mar
Para te dar de presente
Em troca de teu amar.

Mas se nada for possível
E se nada eu conseguir
“Este sonho que sonhei”
Dou de presente a ti.



BRINCANDO COM PEQUENOS VERSOS

Eu não diria que são quadras, diria que é apenas uma maneira de brincar com pequenos versos, porém alguns apresentando algo muito profundo e trazendo muitas vezes uma longa história em uma única estrofe. Vamos a eles ou a elas.

O homem que nesta vida
Se gaba que não chorou
Devia gabar-se também
Que na vida nunca amou.

Mulher que chora na cova
Não revela sentimento
Pode ser dor de verdade
Mas, pode ser fingimento.

Em noite de lua cheia
Eu não temo assombração
Mulher que beijar meus lábios
Já perdeu o coração.

No coração da morena
Eu plantei o meu amor
Nasceu um fruto gostoso
De fino e raro sabor.

Victor, Wilson, Ravenna e Cisara
Meus filhos, minha paixão
Juntando os três a mulher
Eu arrombo o coração.

O homem que se embriaga
Pra uma dor resolver
Finda esquecendo também
O desejo de viver.

CORRI PRA VER MINHA MÃO
CAVALGUEI O DIA INTEIRO
QUE PENA CHEGUEI DEPOIS
A MORTE CHEGOU PRIMEIRO.

Morri em 58
Na seca do Ceará
Com pena de minha sede
Enterraram-me no Pará.

Vá pro raio que o parta
Me perguntaram onde é
Acho que é um par de chifres
Presente de uma mulher.

O touro casou com a vaca
E logo chifre cresceu
A mulher casou com o homem
E o touro emprestou o seu.

O chifre que nasce em pobre
Nasce no rico também
O pobre mata a mulher
E o rico lhe quer mais bem.

Numa briga de pedras
Garrafa não tem vez
Conheci uma mulher
Que só num mês matou três.

Chapéu de otário é marreta
Lambreta de pobre é arado
E quem se afoga no seco
Só pode ser azarado.

E você que é bonita
E importante quer ser
Será que você já sabe
Que um dia vai morrer?

No riacho da cacimba
Eu brincava na areia
A sina triste do homem
Á casar com mulher feia.

“NÃO EXISTE MULHER FEIA – alguém casou com uma achando que a mesma era feia, pois inclusive tinha uma perna mais curta e torta. Certa vez quando chegou de repente em casa encontrou o seu compadre com a mesma futricando. Puxou de repente da faca, quando seu o seu compadre falou: “ não faça isto compadre, não mete!” Não vou te matar compadre, só quero saber o que você viu nesta mulher? Responde o compadre: - “ muito simples compadre! O jeito da mesma subir a calçada com a lata de d’água na cabeça”. BOTE ÁGUA ENCANADA EM SUA CASA.

É feliz quem nesta vida
Conhece a Cristo Jesus
Pois, trabalhar a seu lado
Fica mais maneira a cruz.

A chuva caía lenta
E no meu rosto batia
Os pingos eram saudade
Do meu amor que partia.

Não conheço neste mundo
Alguém que possa dizer
Que já amou de verdade
E nunca veio a sofrer.


O amor é como a chuva
Em noite de escuridão
Pinga na gente por fora
Mas só molha do coração.

Aquele que usa luto
É da vida um ofensor
Pois, ninguém pode dizer
Que pra dor existe cor.

Viajei por este mundo
Procurando ser amado
Voltei cem anos mais velho
Sem vender, sem comprar nada.

Se a tristeza fosse remédio
De parabéns estava o mundo
Pelo menos com certeza
Curava todo Raimundo.

Eu não canto de tristeza
E nem canto de alegria
Prefiro o canto dos pássaros
Que é bonito todo dia.

O velho quando se deita
Antes mesmo de rezar
Procura logo no copo
A dentadura guardar.